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Medalha Chico Mendes |

 
- 2 de abril de 2015

Prof. Horácio Cintra Magalhães Macedo (in memorian)

Horácio Cintra de Magalhães Macedo nasceu no Rio de Janeiro em 14 de outubro de 1925.

Formou-se em Química Industrial pela Universidade do Brasil (hoje UFRJ) em dezembro de 1943, época em que começou sua militância política. Em 1944, chegou a se apresentar na Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar contra o nazi-fascismo, mas foi recusado devido à pouca idade. Participou ativamente da campanha “O Petróleo é Nosso” e, em 1950, entrou para o PCB – Partido Comunista Brasileiro, partido a que pertenceu até a morte.

Deu aulas de Matemática no Instituto Oswaldo Cruz, do qual foi demitido por motivos políticos em 1953. Neste mesmo ano, foi nomeado professor de Físico-Química da Escola Nacional de Química (UFRJ). Na década de 1960, foi professor associado do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e regente da cadeira de Física Geral e Experimental da Faculdade Nacional de Filosofia, onde se envolveu nas lutas pela reforma do ensino e, após o golpe de 1964, respondeu a Inquérito Policial Militar. A repressão também o perseguiu por causa de sua atuação na Missão Científica Brasileira do Leste Europeu, criada pelo governo de João Goulart para permutar café brasileiro por material didático e científico dos países socialistas.

Em 1966, foi Professor Titular dos cursos de Engenharia Química e Química Industrial da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, de onde saiu por divergências ideológicas com o então Reitor, deixando os cursos estruturados. Em 1974 e 1975, foi regente do Curso de Processamento Petroquímico da PETROBRAS.

Mas foi na UFRJ que Horácio Macedo teve destaque especial. Por concurso público, foi Livre-Docente e professor Adjunto do Instituto de Química. Assumiu a Decania do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, e, em 1985, tornou-se o primeiro Reitor brasileiro eleito pela comunidade universitária. Seu mandato de 4 anos caracterizou-se por um dinamismo explosivo: tirou a universidade do “vestibular das cruzinhas” da ditadura, aprimorou a graduação e a pós-graduação, criou atividades de extensão que envolveram as comunidades vizinhas, ampliou os programas de saúde do Hospital Universitário, abriu concursos de docentes em várias áreas, regularizou a situação trabalhista de funcionários, corrigiu o enquadramento de professores anistiados, aumentou as vagas discentes e criou cursos novos. Promoveu a valorização das ciências humanas e das artes, áreas duramente atingidas pela ditadura, lutou bravamente pela autonomia da Universidade e pela educação pública de qualidade.

Enfrentou a censura do regime ao permitir a exibição, na universidade, do filme “Je Vous Salue Marie”, então proibido. Reeleito, também por maioria absoluta e em primeiro turno em 1989, não pôde exercer o mandato por parecer jurídico que impedia a reeleição. Após a queda da ditadura, a Universidade o homenageou com o título de Professor Emérito.

Segundo o Partido Comunista Brasileiro, “No início dos nos 1990, quando a maioria da direção do PCB propôs a extinção do partido, em função da queda da URSS, Horácio foi um dos principais articuladores do Movimento de Defesa do PCB, composto pela maioria da militância e por muitos simpatizantes e amigos. A batalha vitoriosa contra os liquidacionistas assegurou a continuidade do PCB, que iniciava ali o processo de reconstrução revolucionária, sob a liderança de Horácio, então eleito presidente nacional do Partido, cargo que exerceu entre 1992 e 1994”. Horácio Macedo morreu de infarto agudo do miocárdio em 24 de fevereiro de 1999, no Rio de Janeiro.

Professor Horácio Macedo, PRESENTE!

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