O caso que ficou conhecido como Sepur Zarco se trata de uma série de ações de terror perpetradas pelas forças armadas da Guatemala no início dos anos 80. Sepur Zarco, que se situa entre os departamentos de Alta Verapaz e Izabal, é o nome da comunidade que foi atingida pelos militares naquele momento. A região foi ocupada por aproximadamente 6 destacamentos militares que promoviam tortura e extermínio na região. Neste processo, as mulheres foram um dos principais alvos. Viúvas de homens que eram capturados, assassinados e desaparecidos, mulheres da região foram submetidas à escravidão doméstica, violência sexual e escravidão sexual.

Em 2010, 15 mulheres Q’qchi’ (povo tradicional guatemalteco de descendência maia) que sofreram com estas cruéis torturas decidiram mover uma ação judicial contra as forças armadas do país. A ação foi aceita em 2015 e o início do julgamento será em 1º de fevereiro de 2016. O tenente coronel do exército, Esteelmer Francsico Reyes Girón, e o comissário militar, Heriberto Valdez Asig, são os dois acusados no caso. Ambos foram arrolados em crimes contra a humanidade, violência sexual, assassinato, desaparecimento forçado, dentro outros.

O caso se tornou emblemático porque, além de representar a força de luta e coragem das mulheres Q’qchi’, é a primeira vez que acusados serão julgados pela sistema de justiça do país. O Grupo Totrura Nunca Mais/RJ acompanha o caso e declara solidariedade e apoio a todas e todos atingidos no caso Super Zarco.

Mais informações no Boletim produzido pela Alianza Rompiendo el Silencio y la Impunidad: http://www.ecapguatemala.org.gt/portada/juicio-sepur-zarco

Material produzido pela Alianza Rompiendo el Silencio y la Impunidad.