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Medalha Chico Mendes |

 
- 2 de agosto de 2013

Fritz Utzeri

Ao lembrarmos de Federico Carlo, ninguém nos acompanharia, mas citando seu sobrenome Utzeri, já nos soa um pouco mais familiar. Fritz Utzeri é um jornalista daqueles que se destacam entre seus pares.

Sua formação original nos bancos de uma faculdade de medicina, e sua especialização em psiquiatria e cardiologia, não encontraram eco na ambição de sua consciência que buscava algo na área jornalística, levando-o ainda cedo à pós graduação em jornalismo científico e educativo.

Ministrou aulas divulgando nossa cultura em seminários de universidades americanas, tem livros publicados e outros no prelo, e enquanto nos fortalece com suas crônicas e denúncias, encontra tempo para apreciar a música erudita, o jazz, sua coleção de trens e exercer seus dotes culinários.

Ainda jovem começou na imprensa durante o período do movimento estudantil, editando “Perspectivas”, um semanário que circulava entre os estudantes da faculdade e foi por isso processado, junto com outros nove alunos da Faculdade de Ciências Médicas, incurso na Lei de Segurança Nacional, pela segunda auditoria da aeronáutica. O processo arrastou-se por três anos e acabou com a absolvição dos envolvidos, menos João Lopes Salgado, presidente do Centro Acadêmico Sir Alexander Fleming que já havia caído na clandestinidade. O prédio do diretório, num exemplo típico da truculência vigente, foi arrasado por tratores potentes não restando pedra sobre pedra.

Seus dois filhos, Pedro e Ana, bem o conhecem na trajetória de lutas jornalísticas, pela rede Globo de jornal e televisão e pelo Jornal do Brasil, onde suas denúncias lhe valeram dois prêmios Esso com a série de matérias sobre o atentado do Riocentro ainda em 1981 e de primeira página relativo ao seqüestro do ônibus 174, no ano passado. Os prêmios prosseguiram com mais dois Wladimir Herzog: por “Quem Matou Rubens Paiva?” e por “Riocentro – 15 anos depois”.

Este é o nosso Fritz. Nosso, porque com a responsabilidade que envolve sua profissão deve sempre transmitir a ordem correta das coisas. Nosso, porque apesar de resumido em poucas linhas, com sua tamanha força e com a potência de sua caneta, caberá sempre em nossas lembranças como aquele que combate e que vence.

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