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Eventos - 7 de março de 2017

Homenagem ao Centenário da Companheira Alzira Grabois

O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ tem o prazer de compartilhar o convite para a homenagem ao centanário de nossa grande companheira Alzira Grabois, promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ.

O ato será realizado no dia 13 de março, às 18:00, na sede da OAB/RJ (Av. Marechal Câmara, 150, 9º andar).

Companheira Alzira Grabois, presente! Hoje e sempre!

Transmitimos abaixo a divulgação do evento feita pela Tribuna do Advogado.

OAB/RJ organiza homenagem póstuma à advogada Alzira Grabois

A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ promove, no dia 13 de março, às 18h, na sede da Seccional, no 9º andar da Ordem dos Advogados do Brasil/RJ – OAB, na Av. Marechal Câmara, 150, Centro, Rio de Janeiro,  uma homenagem ao centenário da advogada Alzira Grabois. A cerimônia é parte das festividades organizadas pela Seccional em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. 

 Alzira faleceu em 1998, aos 82 anos, após uma vida dedicada à luta pelos direitos humanos e pela reparação dos crimes da ditadura civil militar. Integrante do Grupo Tortura Nunca Mais, ela foi homenageada em 2001 com a Medalha Chico Mendes de Resistência, em nome de sua dedicação em busca da memória, da verdade e da justiça. “Alzira era uma mulher que se fazia presente em qualquer manifestação política. Ela nunca parou de exigir esclarecimentos do Estado acerca das circunstâncias das mortes e desaparecidos políticos da ditadura civil militar”, destaca o presidente da comissão, Marcelo Chalréo.

 

Uma vida de resistência

 Considerada uma mulher que rompeu preconceitos de uma sociedade patriarcal, Alzira Grabois viveu na clandestinidade durante a maior parte de sua vida adulta. Ela perdeu o filho, André, e o marido, Maurício Grabois, assassinados pela repressão na Guerrilha do Araguaia.  

 Aluna do Colégio Pedro II, ingressou na Faculdade de Direito de Niterói em 1940 (hoje Universidade Federal Fluminense). Em 1946, já casada com Maurício, foi trabalhar como funcionária no Jardim Botânico, onde fundou com outros companheiros uma base do Partido Comunista, tendo sido também uma das fundadoras da Associação de Mulheres da Gávea. Logo após, o partido foi declarado ilegal e o casal teve que ingressar na vida clandestina. Foram perseguidos pelos governos de Vargas e de Dutra e pelo regime civil-militar de 1964.

 Em 1956, Alzira retornou à vida legal participando da campanha eleitoral e da Federação de Mulheres do Brasil, integrando-se ao movimento de mulheres. Com a luta interna do partido, mudou-se para Niterói e iniciou sua trajetória como advogada trabalhista. Foi eleita para o Comitê Estadual do PCB do antigo estado do Rio. Por divergências políticas e ideológicas foi expulsa do PCB e tornou-se uma das fundadoras do PC do B, em 1962. Em 1964, com o golpe militar, foi para São Paulo, vivendo na clandestinidade até março de 1980, quando retornou ao Rio.

 Ao descobrir, através de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, a morte do filho, André, assassinado pelos militares em 14 de outubro de 1973, e a de Maurício, em 25 de dezembro do mesmo ano, entrou em profunda depressão. No Rio, passou a integrar o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA) e, com outras mães, organizou manifestações nas portas dos cinemas durante as exibições do filme Pra frente Brasil.

 Em outubro de 1980, viajou em caravana dos familiares para a região do Araguaia a fim de obter esclarecimentos sobre o que verdadeiramente aconteceu e denunciar à nação as atrocidades cometidas pelas Forças Armadas contra os guerrilheiros.

 Na mesma época, ingressou na OAB/RJ com um novo pedido de sua inscrição na entidade. Como durante dezesseis anos não pagou a anuidade à Ordem dos Advogados, foi necessária a abertura de um processo administrativo. Alzira foi anistiada pelos seus pares e voltou a ter sua inscrição.

 Mais tarde, passou a militar no Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e sempre organizava manifestações com outros familiares de desaparecidos políticos em torno da Estátua de Tiradentes, em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Era uma militante atuante em todas as atividades do grupo. Depois, em 1987, fundou com outras famílias de desaparecidos e ex-presos políticos a unidade do grupo em São Paulo. 

 Aos 78 anos de idade foi anistiada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça como advogada do Ministério da Agricultura. Entretanto, nem a anistia nem os diversos governos após a ditadura lhe concederam o direito de obter informações e localização sobre os restos mortais de seus entes queridos.

Fonte: Tribuna do Advogado

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