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Denúncia - 10 de fevereiro de 2016

Ataque a Trabalhadores em Terra Pública Grilada e Pretendida pela Vale

O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ compartilha denúncia de ataque a trabalhadores rurais no estado do Pará.

POLÍCIA MILITAR ATACA VIOLENTAMENTE TRABALHADORES RURAIS, EM TERRAS PÚBLICAS GRILADA POR LATIFUNDIÁRIO E PRETENDIDA PELA VALE.

No dia 03 de fevereiro, quarta, um comando de operações policiais , composta por homens da PM, GTO e  Policia Rodoviária, sem mandato judicial , realizaram ato  de extrema violência contra trabalhadores riais sem terra, acampados  as margens da Fazenda Santa Clara, localizada entre a região conhecida como Santa Cruz que faz divisa com o Garimpo das Pedras.

A ação truculenta das forças policiais se deu quando trabalhadores da região da APA, ligados a associação APPGA, do assentamento Paulo Fonteles e integrantes do acampamento de trabalhadores sem terras, protestavam contra a Companhia Vale denunciando os problemas ambientais causadas pela companhia no Rio Gelado, principal Rio da região e que sofre com as consequências de ter em sua cabeceira uma das maiores barragens de rejeito do País.

Ainda pelas 10 horas da manhã, quando o movimento já se desarticulava, trabalhadores rurais resolveram fazer uma marcha no entorno da sede da fazenda, na verdade área grilada do patrimônio público sob domínio do Instituto de Terras do Pará-ITERPA, por um pretenso proprietário de prenome Damião Macedo, elemento que é tido na região como truculento e de ter se apossado de terras de pequenos agricultores, de dano ao meio ambiente, destruição de floresta, pratica de trabalho escravo, e utilização de mão de obra infantil em  serrarias clandestinas,  além de outros crimes denunciados por trabalhadores das comunidades vizinhas.

Logo ao chegarem às proximidades da fazenda, os trabalhadores foram recebidos à bala, bombas de gás, que atingiram crianças, mulheres e idosos. Até o momento três pessoas estão consideradas desaparecidas. Mas de 120 pessoas foram transportados em caminhões escoltados pelas viaturas da policia até a Delegacia de Parauapebas.

Sete integrantes do acampamento estão presos, sendo um deles uma mulher. Dezesseis pessoas já registram queixas e fizeram exame de corpo delito. Durante o processo violento de despejo dos trabalhadores, 35 pessoas foram feridas ou sofreram escoriações pelo corpo, incluindo 10  crianças, mulheres e idosos que tiveram que ser tratados as pressas visto a gravidade da saúde dos mesmos.

Os movimentos sociais da região , entidades civis e a sociedade de Parauapebas, vem a público pedir imediata  intervenção da Ouvidoria Agrária Nacional, do INCRA, do ITERPA, assim como dos organismos de Direitos Humanos para que esse tipo  de ataque aos direitos a cidadania, não transforme –  pela alianças explicita entre capital mineral, latifúndio e estado – a luta pela Reforma Agrária num anuncio de um novo Massacre de Eldorado dos Carajás, que este ano completa o infame aniversário de 20 anos de impunidade.

-Pela libertação dos sete presos na operação policial;

– Prisão para agressores dos trabalhadores;

– Desapropriação imediata da Fazenda Santa Clara

Parauapebas, 04 de fevereiro de 2016

COORDENAÇÃO DO ACAMPAMENTO BOA ESPERANÇA

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