JORNAL DO GRUPO TORTURA NUNCA MAIS / RJ - ANO 25 - N° 77 - JUNHO 2011 |
CARTAS Pedido de Apoio Boa-noite, meu nome é Cristiano Landgraf. Moro na cidade de Rio Grande/RS. Cidade essa que foi área de segurança nacional, além de ter tido um navio prisão durante a ditadura militar. E agora, devido a um projeto de 2009, da Câmara de Vereadores, será erguido aqui um monumento a Golbery do Couto e Silva, que é natural daqui de Rio Grande. Existem muitas pessoas, assim como eu, indignadas com isso. Por isso, resolvi agilizar alguma coisa, no mínimo um protesto. Escrevo pedindo apoio a vocês, no sentido de material, dados, principalmente sobre a ditadura, e saber se existe contato do grupo no Rio Grande do Sul, e se haveria possibilidade de alguém vir a Rio Grande para palestrar sobre a ditadura e o papel do homenageado. Pensei para dia 17 de setembro. Data dos 40 anos de execução do Capitão Lamarca. Estamos tentando realizar uma reunião para nos organizarmos melhor. Certos de sua atenção, Em primeiro lugar muito obrigado pelo retorno e pelo apoio de vocês ao meu primeiro email. Farei contato com a Suzana. E podem divulgar o email e o que está acontecendo por aqui. Vai ajudar muito, podem ter certeza. Acabei de chegar de uma reunião para organizar um ato politico para o dia 16 de Setembro. (...) Os mais jovens não sabem quem foi o Golbery e os que sabem caíram na conversa da imprensa local de que foi um riograndino que ajudou muito a cidade. Mas, nosso público alvo para o ato vai ser a Universidade Federal. Gostaria que nos mandasse uma nota de repúdio ao monumento. Continuarei informando os passos do movimento, um grande abraço a todos! Certos de sua atenção, Ex-preso político testemunha contra torturadores Agradecimentos e Denúncias
Cesare Battisti
Queridos, Já notaram esse assunto de debate nas universidades brasileiras? O tema é, acredito, cidadania, mas o pivô do debate termina sendo o caso Battisti. A embaxada italiana está investindo muito em recursos humanos e materiais, eles se organizaram para mandar representantes a cada emcontro com o propósito de sustentar: "se o Brasil está limitando os vistos para os italianos, até agora privilegiados, e se temos mais problemas para os cidadãos de origem italiana obter o passaporte italiano é por causa de Cesare Battisti”. Todo isso está acontecendo agora. E nós o quê! Desculpem o incômodo, mas... Um abraço, Cesare Convite para documentário Bom-dia Gostariamos de convidá-los a fazer parte do nosso projeto, por ser um grupo de pessoas que passou por essa experiência de forma mais intensa e que sentiu na pele a repressão da ditadura. É possível marcar uma entrevista com alguns dos membros do grupo para a gravação do nosso documentário? Acreditamos que suas histórias pessoais são fundamentais e muito enriquecedoras para o curta-metragem. Seria uma grande honra podermos contar com o grupo em nosso filme. Atenciosamente Monografia
Áurea Cardoso Obrigada pelo convite e atenção. Gostaria muito de participar das reuniões, mas infelizmente, nas segundas faço um trabalho em uma ong de S. João de Meriti, de onde saio somente após as 19h. Quando houver reuniões em outros dias e horários que eu possa participar, por favor, me informem que irei com prazer e interesse. Áurea Cardoso
Exigimos respeito aos Direitos de As organizações que assinam esse comunicado vêm à comunidade internacional expressar sua preocupação com a situação de José Antonio Cantoral Benavides. José Antonio é refugiado peruano e se encontrava em situação legal na Bolívia, tendo seu status de refugiado declarado pelo governo boliviano. Porém, ele foi preso em 1 de agosto último, numa operação do Instituto Isaac Newton, na cidade de El Alto. A Comissão Nacional de Refugiados da Bolívia seguiu unicamente os interesses de perseguição do governo e não está protegendo José, enquanto o governo manipula o Judiciário, recusando seu julgamento até que o Juiz da 5ª Vara de Instrução Penal-Cautelar de El Alto, Daniel Espinar, determine sua saída da Bolívia em 90 dias. Não há nada que justifique as acusações do governo, baseadas em panfletos colhidos nas ruas, livros comuns de escritores conhecidos, o estatuto da Federação de Trabalhadores de Imprensa de La Paz. Assim como é falsa a acusação de que José Antonio panfletava no momento da sua prisão. Da mesma forma como os outros presos, enviados ilegalmente para o Peru (Hugo Walter Minaya Romero, Williams Antonio Minaya Romero, Blanca Riveros Alarcón e seu bebê de 1 ano), José Antonio apenas exercia sua profissão de professor. O mais grave é que José Antonio está na Direção Nacional de Migração, sob a custódia do Ministério do Governo, o mesmo que o acusa e que chegou ao absurdo de qualificar opiniões contrárias ao governo como terrorismo e que mudou os juízes para assegurar um julgamento favorável aos seus interesses de perseguição. Não há nenhuma base legal nem mesmo na resolução judicial que mantém José Antonio privado da liberdade, e não há nenhuma posição do governo nem do judiciário sobre sua situação legal: se ele é preso comum, político, se está sob custódia ou sequestrado. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) tem conhecimento do caso e solicitou ao governo que tome as providências necessárias para garantir a vida e a integridade física de José Antonio Cantoral Benavides. que informe suas ações e que se abstenha de expulsá-lo da Bolívia até a decisão da CIDH. As organizações abaixo assinadas exigem que o governo boliviano respeite o Estatuto de Refugiados da ONU, de 1950; a Convenção Estatutária de Refugiados, 1951 e o Protocolo sobre o Estatuto de Refugiados, 1967. Também exigimos o respeito à condição de refugiado de José Antonio e a responsabilidade diante de sua prisão ilegal. Denunciamos as armações para sua acusação, a subversão do processo, o indefensável status sob o qual ele está submetido e a presunção de culpa antes da inocência. Além disso, solicitamos que a Pastoral de Atenção aos Migrantes e às organizações internacionais como o Alto Comissionado das Nações Unidas pelos Refugiados (ACNUR) se pronunciem em defesa de seus direitos. CEBRASPO
Tortura na 41ªDP e POLINTER Prezados representantes do GTNM Em pleno seculo XXI, a tortura ainda permanece VIVA. Vejam o que aconteceu com meu cliente. Na manhã do dia 04 de setembro do corrente ano, o Sr. Marcio Ricardo Araujo das Neves se encontrava desde muito cedo, na residência de sua genitora, em Manguinhos, já que havia trabalhado até as 05:00h da manhã daquele dia, ou seja, havia virado a noite, trabalhando com o pai na divulgação da empresa onde trabalham. Lá pelas 09:00h, foi chamado para ir jogar um futebol com amigos de infância; Anderson, Fabiano e Samuel, em Jacarepaguá. Mesmo se encontrando cansado, preferiu se desgastar um pouco mais e ir dormir mais cedo, aceitando o convite dos amigos e, em ato contínuo, se despediu de sua mãe e foi para Jacarepaguá, na comunidade do Jordão, para o futebol. Colaboraram com a autoridade policial se identificando.Enquanto aguardavam o “SARQUEAMENTO”, foram surpreendidos com o retorno dos policiais militares que retornavam a DP com 03 (três) presos com armas, drogas, apreendidas e começou o INFERNO. Os policiais, do NADA, associaram os quatro primeiros rapazes com estes outros verdadeiros marginais, qualificados no RO: 041/03665/2011, em anexo, e começou a SESSÃO DO TERROR, sendo o Suplicante isolado de seus amigos e TORTURADO, com chutes, socos e ponta-pés. Mesmo, se encontrando muito machucado e sofrendo dor física e psicológica, em momento algum confessou estar associado aos outros elementos que foram trazidos posteriormente. Informa ainda o Suplicante que estes três elementos que foram trazidos posteriormente tentaram se evadir da 41ª DP, fazendo com que os policiais não só aumentassem a tortura nesta UP, como também os incentivassem a informar à Polinter do Grajau, para que recebessem o Suplicante e seus amigos com mais porradas, ou seja, o Suplicante foi torturado em duas UPs do Estado do Rio de Janeiro, só porque se perdeu. Imaginem só, qual deve ser o estado desse homem que está sendo transferido, nesse momento para o presidio de Aguá Santa? 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá do Estado do Rio de Janeiro. Alexandre Soares (OAB/RJ – 142.288)
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