Manifesto do Movimento de Mulheres do Rio de Janeiro

Estamos vivendo um momento de fortes ataques da parte de nossa
sociedade machista e conservadora sobre o sexo feminino!


São muitas as atrocidades cometidas nos últimos dias contra as mulheres.


  • A Editora Solcat publicou o guia “Rio for Partiers” que estimula a prostituição classificando as mulheres cariocas e instruindo sobre como garantir relações sexuais com elas. Dentre os tipos classificados encontram-se mulheres que são consideradas “máquinas de sexo” e o guia explica como identificá-las. A Embratur encaminhou pedido para que ele fosse tirado de circulação, através da Advocacia Geral da União, mas, decisão preliminar do juiz federal José Luis Castro Rodriguez, da 21ª Vara Federal, negou o pedido. Embora a desembargadora Salete Macallóz tenha revogado a decisão, o editor vai entrar com recurso. Não podemos descansar. Repudiamos o turismo sexual e lutamos contra a mercantilização de nossos corpos e nossas vidas. Reafirmamos: somos mulheres e não mercadoria!
  • Há poucos dias, a polícia fechou várias clínicas no Rio de Janeiro, alegando a prática de aborto, prendendo profissionais e pacientes. Criminalizam e colocam na cadeia médicos e mulheres. Se as clínicas são ilegais é porque a descriminalização e a tão necessária legalização do aborto não se institucionalizam. As mulheres são donas de seu corpo e têm o direito de abortar uma gravidez indesejada. Temos que continuar a luta contra a bancada conservadora do Congresso Nacional!
  • Alunas do 1º período do curso de Direito da UFF, que não concordaram com o trote imposto – ir às ruas pedir dinheiro –, foram trancadas numa sala e teriam que fazer sexo oral com os veteranos. Elas reagiram, lutaram e conseguiram livrar-se. A denúncia chegou à Reitoria, que afirmou que irá abrir sindicância, mas temos que pressionar, senão será mais um caso esquecido. O Cedim já enviou documento repudiando o ato e exigindo não só sindicância, mas também a punição dos responsáveis.
  • Há poucos dias foi preso o médico Roger Abdelmassih, especialista em Reprodução Humana, em bairro nobre da capital paulista, acusado de ter estuprado mais de 50 mulheres, suas pacientes que o procuravam para tentar resolver problemas de concepção. O que muitas delas encontraram? Um monstro que, do alto do seu “poder”, aproveitava a sua fragilidade psicológica e física, muitas vezes anestesiadas, e as estupravam.



28 de setembro

Dia Latino-americano pela Legalização do Aborto


Neste dia, o Movimento de Mulheres do Rio de Janeiro foi às ruas do Centro da Cidade para mostrar a sua indignação perante as arbitrariedades que vêm acontecendo no estado as quais ferem seus direitos e os dos cidadãos.

A Frente nacional pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto distribuiu o Manifesto contra a criminalização das mulheres que praticam aborto, que entre outras bandeiras, reivindica:

Por uma política que favoreça a mulheres e homens um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, de concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito.

Nenhuma mulher deve ser presa, maltratada ou humilhada por ter feito aborto!
Dignidade, autonomia, cidadania para as mulheres!

Pela não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!