ARGENTINA

Identificados restos mortais de 42 desaparecidos

Foram identificados 42 desaparecidos argentinos durante a ditadura. É o primeiro resultado da Iniciativa Latino-americana para a Identificação de Pessoas Desaparecidas, campanha lançada, em 2007, pela Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF), junto com organizações da Guatemala e Peru, e com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Argentina. O secretario de Direitos Humanos, Eduardo Luís Duhalde, informou que os familiares dos desaparecidos já foram informados dos resultados da investigação, mas declarou que não podia anunciar os nomes, nem as nacionalidades das vítimas, encontradas em diferentes cemitérios e fossas comuns, e que o motivo seria uma resolução judicial que impede, no momento, a divulgação da lista.

A Equipe de Antropologia enviou mais de 5.000 amostras de sangue de familiares de desaparecidos e mais de 600 esqueletos ao laboratório estadunidense, Bode – que realizou trabalhos vinculados aos atingidos pelo atentado contra as Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001 – no sentido de cruzar dados genéticos que permitam averiguar a identidade dos restos mortais. A campanha de identificação: “é o esforço mais importante que temos realizado em 25 anos. É um projeto inédito em nível mundial porque neste caso impulsiona uma ONG com o apoio financeiro do Estado argentino”, destacou recentemente Luis Fonderbrider, titular da EAAF, integrada por 45 especialistas.

O programa envolve grande parte do trabalho da Equipe, que se converteu em uma referência mundial para a documentação de violações dos direitos humanos com a exumação de centenas de corpos, entre outros, dos restos mortais de Ernesto “Che” Guevara, encontrado na Bolívia.


Morte de Pepita

Recebemos a triste noticia do falecimento de Pepita Goyeneche, cofundadora da Associação de Familiares e Amigos de Desaparecidos de Entrerrianos e Entre Rios (AFADER).

A ditadura militar sequestrou sua filha Élida, em Goya e deixaram seus filhos Clarissa e Oscar, abandonados. Pepita diante deste fato doloroso, ficou responsável pela guarda dos netos dedicando-lhes todo o amor diante do desaparecimento dos pais, pois Pedro Sobko companheiro de Élida também é desaparecido. Pepita morreu sem encontrar sua filha, nem seu genro, e sem saber a verdade do que se passou com eles. Ela esteve e estará presente em cada denúncia, em cada conquista da luta pela localização e circunstâncias das mortes de cada desaparecido, na Argentina.

Pepita Goyeneche ficará para sempre em nossas recordações, temos que seguir o exemplo dessas mães, que deram muitos anos de suas vidas para primeiro encontrar seus filhos e logo transcender a própria dor para lutar pela memória e justiça de todo o povo argentino.


Chile

Corpo de Victor Jara é exumado



Victor Jara, cantor, compositor e poeta chileno. Milhares de pessoas foram ao seu enterro.

Agentes policiais e do Serviço Médico-Legal chileno iniciaram, no dia 4 de junho de 2009, a exumação dos restos mortais do popular cantor e compositor chileno Victor Jara. O procedimento — ordenado pelo juiz Juan Eduardo Fuentes — faz parte de uma investigação que procura esclarecer seu covarde assassinato. Fuentes, responsável pela investigação do crime, decidiu antecipar a perícia a fim de descobrir as causas da morte e identificar os tipos de armas usadas, distância, ângulo do disparo, entre outras informações.

Depois de sofrer espancamentos e torturas, Jara tombou crivado de 44 balas em 15 de setembro de 1973, poucos dias após o golpe de Estado do general Augusto Pinochet. Sua morte ocorreu no Estádio do Chile, em Santiago, que depois do golpe militar foi usado como centro de detenção e tortura. Os restos mortais do cantor — cujo assassinato se converteu em um dos símbolos contra a ditadura Pinochet (1973-1990) — estão no Cemitério Geral de Santiago.

Ao que tudo indica, o Chile está numa cruzada para reparar a verdade e apontar as atrocidades cometidas contra Jara. Desde maio, o ex-militar José Adolfo Paredes, de 54 anos, foi acusado formalmente pela Justiça chilena pela morte do cantor. Paredes responderá a processo por homicídio qualificado. A prisão — que é preventiva — também foi decretada por Juan Fuentes. O assassino de Jara ficará em uma cadeia de segurança máxima de Santiago. Outro ex-soldado, Francisco Quiroz, foi libertado pelo tribunal. Os dois eram recrutas na época do assassinato e tinham o trabalho de custodiar os presos políticos no centro de detenção em que o estádio foi transformado.

Em maio de 2008, o juiz encerrou o caso Jara ao considerar culpado de assassinato — mas não de ter disparado o gatilho — o coronel aposentado do Exército Mario Manríquez Bravo, diretor do campo de prisioneiros. O inquérito foi reaberto no início do mês passado, quando uma nova evidência foi apresentada e o ex-recruta passou a ser monitorado. Paredes — que tinha 18 anos quando o crime aconteceu — confessou ter sido um dos soldados que dispararam contra Jara, mas disse que todos estavam cumprindo ordens superiores. ''Não tenho a sensação de que um jovem de 18 anos tem toda a culpa. Há outros culpados. Nossa queixa inicial era contra Augusto Pinochet. Olho para trás e vejo violência e sadismo. Há responsáveis por isso'', disse a viúva de Jara, a britânica Joan Turner. Em 3 de junho, Paredes voltou atrás em sua declaração e negou a autoria do crime, afirmando ter sido vítima de pressão por parte dos policiais que o interrogaram. Em entrevista ao jornal La Tercera, o ex-soldado disse que durante o interrogatório, ao qual foi submetido, ''estava perturbado e não aguentava mais''. ''Se tivessem me pedido para confessar 20 mortes, diria que sim para me deixarem em paz'', contou o militar.

No início da semana, a polícia chilena iniciou uma série de interrogatórios a 70 soldados que estavam trabalhando no estádio chileno no dia do crime. A medida busca confrontar as declarações dos ex-soldados com a de Paredes e desvendar as causas da morte do cantor.

Os momentos finais

Um relatório do Centro de Investigação e Informação para Jornalistas (Ciper, na sigla em espanhol) divulgado em 27 de maio revelou detalhes das últimas horas de Jara a partir de 12 de setembro. Depois do golpe, cerca de 600 estudantes e professores se amotinaram na Universidade Técnica do Estado de Santiago em protesto pela ocupação militar. Entre eles estava Jara, que também era professor.

As forças militares invadiram o local, detendo várias pessoas, incluindo o cantor. Nesse ponto, o testemunho do ex-militar trouxe novidades. Segundo ele, um subtenente “começou a brincar de roleta russa com o revólver apoiado na cabeça de Jara''. Foi quando aconteceu o primeiro disparo. Conforme o relato de Paredes, o subtenente ordenou a ele e a outros recrutas que descarregassem seus rifles no corpo do artista — e a ordem foi cumprida. O ex-militar também disse que Jara havia sido interrogado ao menos duas vezes no estádio, além de ter sofrido tortura. Ele teve a língua arrancada e as mãos espancadas até serem esmagadas. Depois dos tiros, o corpo do cantor foi posto em um saco e levado para um veículo militar, sendo encontrado três dias depois, perto de um cemitério.

Membro do Partido Comunista Chileno e ativo partidário do presidente socialista Salvador Allende (1908-1973), Jara foi um dos mais populares personagens do meio artístico de seu país no início da década de 70 — e um dos mais célebres mártires da ditadura. O cantor, compositor e poeta foi autor de renomadas canções de conteúdo social, como El Derecho de Vivir en Paz (O Direito de Viver em Paz), que serviram de símbolo para parte da geração de chilenos que enfrentou a repressão. Em sua homenagem, o Estádio do Chile chegou a ser renomeado Estádio Víctor Jara.

 Fonte: Revista Fórum. Internet em 5 de junho de 2009.


Venezuela

XXVII Semana Internacional del detenido desaparecido

Por la Firma y Ratificación de la Convención que protege a Todas las Personas Contra las Desapariciones Forzadas

Están en algún sitio, nube o tumba..
Están en algún sitio, estoy seguro.
Allá en el sur del alma.


M. Benedetti

Desde el  25 al 30 del mayo del 2009 diversas organizaciones de familiares, políticas, sindicales, amigas y amigos de FEDEFAM de diversos continentes, estaremos conmemorando la XXVIII SemanaInternacional del Detenid@ Desaparecid@. Desde 1981 FEDEFAM ha impulsado este evento, logrando que cada año se sumen más organizaciones hermanas que están concientes de la necesidad de que perdure la memoria en los pueblos, para que nunca más vivamos los  horrendos crímenes como son las desapariciones forzadas que han dejado las dictaduras y las pseudos democracias.

Este año lo queremos dedicar  a reforzar el llamado a los gobiernos de todo el mundo a  que se comprometan a Firmar y Ratificar la Convención que Protege a Todas las Personas Contra las Desapariciones Forzadas. Dicha ratificación requiere el compromiso de  20 países para que entre en vigor el Comité que dará seguimiento a los gobiernos que cometan el delito de las desapariciones forzadas,  el cual hemos logrado que sea  catalogado como crimen de Estado y delito de lesa humanidad. Hasta la fecha 81 países han firmado la Convención y 10 países la han ratificado, debemos señalar que América Latina está a la cabeza de las ratificaciones, en efecto, Argentina, Bolivia, Cuba, Honduras, México y Uruguay ya lo hecho y han dado un ejemplo a los estados europeos, asiáticos y africanos.

 Sin embargo una vez más queremos manifestar nuestra preocupación por el incremento de la desaparición forzada en México y Colombia. Precisamente, el día  25 de mayo, inicio de la Semana Internacional del Detenido Desaparecido, se estarán cumpliendo dos años de la  detención y desaparición de  los señores  Edmundo Reyes Amaya y Gabriel Alberto Cruz Sánchez, miembros del Ejercito Popular Revolucionario, EPR, en México. El grupo armado solicitó la conformación de una comisión de Intermediación con el gobierno mexicano que trabajó un año en las investigaciones y el pasado mes de marzo dio por finalizado su accionar denunciando la nula disposición del gobierno de dar respuesta a la solución de presentación con vida de los detenidos desaparecidos. Por que involucra en la desaparición forzada al ejército mexicano y a la Policía Federal Preventiva (PFP).

Otro hecho que nos preocupa es que el gobierno de Colombia siga con su política represiva y genocida, muestra de ello es el caso de los “falsos positivos” por los cuales se asesinó a gente inocente para hacerlos aparecer como caídos en combate y miembros de las FARC.

De igual manera, nos preocupan las intimidaciones que están recibiendo los familiares, abogados y defensores de los derechos humanos en cada país. Cabe destacar que si bien es cierto en algunos países tenemos avances sustanciales  en  la lucha  contra la impunidad, como son Argentina o Uruguay, en otros casos vemos con preocupación las amenazas que están recibiendo nuestros compañeros y compañeras por impulsar las demandas legales contra los represores, tal es el caso de México, Colombia, Honduras, Guatemala, Perú, etc. A pesar de ello, por fortuna, cada día se suman más organizaciones que reivindican la Semana Internacional del Detenido Desaparecido. Podemos citar también este año, la retardación de justicia lo que obliga a los familiares a tomar medidas como la huelga de hambre en Bolivia. A pesar de ello, por fortuna, cada día se suman más organizaciones que reivindican la Semana Internacional del Detenido Desaparecido.

 Este año que nos toca despedir a nuestro gran poeta Mario Benedetti, quien fuera uno de los hombres que denunció la represión, el asesinato, el exilio forzado y la tortura como mecanismos de silenciamiento, control y dominio por parte de los grupos más reaccionarios y aliados del imperialismo. Benedetti, a pesar de todo, se mantuvo firme en la lucha por la verdad, la justicia, la recuperación de la memoria y contra la impunidad. No sólo es fedefam quien reivindica estas banderas sino, también, son cientos de organizaciones hermanas y fraternas que enarbolan estos principios, y que buscan mantener viva la memoria de los pueblos.

Federacion Latinoamericana de Asociaciones de Familiares de Detenidos Desaparecidos – FEDEFAM

Uruguai

Plebiscito sobre fim da anistia a militares

No dia 25 de outubro de 2009, data em que os uruguaios irão às urnas para eleger o novo presidente da República, também definirão, em um plebiscito, sobre o eventual fim da Lei de Caducidade Punitiva do Estado, denominação da lei de anistia aos militares que realizaram sequestros, torturas e assassinatos de civis durante a ditadura militar no país (1973-85).

Diversas organizações não-governamentais, movimentos sociais, sindicatos e partidos tentam há anos revogar a lei de anistia, aprovada em um plebiscito em 1989. Alegam que a lei foi ambígua e precisa ser revogada por meio de uma nova consulta. Neste ano, uma intensa campanha conseguiu angariar as 250 mil assinaturas necessárias. O número representa 10% do eleitorado do Uruguai. Com isso, foi apresentado o pedido do plebiscito perante a Justiça Eleitoral. Diversas pesquisas indicam que 60% dos uruguaios estão a favor da anulação da lei que impede o julgamento dos militares.

O presidente uruguaio Tabaré Vázquez tem defendido o fim da lei de caducidade. “O povo uruguaio não merece ter uma lei da impunidade como a que temos”, afirmou ele, que disse “esperar fervorosamente, como cidadão uruguaio, que o povo anule esta lei”. No governo de Vázquez, foram feitas exceções à norma, que permitiram a prisão de ex-militares e policiais, dentre eles o ex-ditador Gregorio Alvarez, por crimes contra a humanidade.

Paraguai

Preso Ortiz Téllez

Considerado um dos homens chave da Operação Condor no Paraguai, Ortiz Téllez foi preso na tarde de 24 de maio último, em São Miguel das Missões. Sobre ele pesa uma condenação de dez anos por crimes de lesa humanidade. Ex-cônsul em Posadas foi transferido à noite diretamente da penitenciária de Tacumbú diante de dezenas de atingidos pla ditadura de Stroessener.

Francisco Ortiz Téllez, considerado uma das cabeças da Operação Condor do Paraguai, foi localizado em pleno centro urbano de São Ignácio quando dirigia sua caminhonete e estava em companhia de um menor. O homem forte da ditadura foi interceptado por um veículo onde estavam três agentes do Departamento de Homicídios, além de Rogelio Goiburú, filho do desaparecido Dr. Augustin Goiburú.


 

É urgente fechar Guantánamo!

Guantánamo é a pedra no sapato de Obama? Até quando a terrível política de Bush em Guantánamo será mantida?

O governo americano pediu à Espanha que aceite quatro prisioneiros de Guantánamo suspeitos de terrorismo. Fontes do governo espanhol, no entanto, dão como certa uma resposta positiva, desde que preenchidas algumas condições. Em junho passado, o governo americano enviou quatro chineses mulçumanos da etnia uigur, mantidos em Guantánamo, para as Bermudas. Os chineses foram inocentados por um tribunal especial, porém não podem voltar ao país de origem por temor de perseguição.

O tanzaniano Ahmed Ghailani estava detido desde os 15 anos, na base norte-americana em Cuba, desde setembro de 2006, tendo sido levado, sob um pesado esquema de segurança que parou várias ruas da cidade, para o Centro Correcional Metropolitano. Ghailani compareceu, em 09 de junho último, à audiência de seu processo diante de um juiz federal e, já trajando o uniforme azul de detento, disse ser inocente. Ele se defenderá de 286 acusações, entre elas, a de fazer parte da Al-Qaeda e do assassinato de 224 pessoas nos atentados às embaixadas americanas da Tanzânia e do Quênia, em 1998. Apesar desse julgamento, o governo norte-americano continua defendendo o sigilo dos documentos da era Bush.