CARTAS

Memórias afirmadas

Olá,
Ao assistir um documentário no Canal Brasil sobre o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, descobri que algumas ruas da periferia do Rio de Janeiro receberam o nome de mortos e desaparecidos políticos, o que muito me interessou. Entrei no site do GTNM/RJ mas não encontrei nenhuma outra informação a respeito disto.

(...) Meu interesse se deve ao fato de que a partir do documentário já citado, passei a questionar quem são os "ilustres anônimos", e, às vezes conhecidos, dos quais todos os dias dizemos seus nomes (quando dizemos nosso endereço, ou vamos a algum lugar e pegamos o nome da rua) e não temos idéia de quem sejam e do que fizeram, e que contam a história de nossas cidades, estados ou país. Pessoas que estão ali, no nome da rua, por algum motivo, mas qual?

(...) Pretendo com minha pesquisa fazer um documentário sobre isto, e a ajuda de vocês será muito importante, pois acredito que precisamos resgatar certas histórias, e tantas "anônimas personalidades".

 Agradeço a atenção. Abraços, Clarisse Rodrigues (por e-mail)


Sobre a “Ditabranda”

Prezados amigos do Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro
Não podemos deixar passar em branco mais uma tentativa da grande imprensa de reescrever a história. Refiro-me ao editorial da Folha de S. Paulo sobre a "ditabranda". Tentei contato por telefone, mas não consegui falar com ninguém. Escrevo regularmente para Carta Maior como colunista. Colaboro com sites, publicações da imprensa alternativa e, por dois anos, fui colaborador do JB.

Envio o link de artigo recente publicado na Carta e reproduzido, entre outros, nos Portais do PT e PC do B. Se tiver alguma serventia para a nossa luta, o texto é de vocês.
Sou professor da Facha, colega do admirável Ivan Proença. Estou às ordens.

Um abraço, Gilson Caroni Filho (por e-mail)

http://www.cartamaior.com.br


Caros Amigos,
Tomei conhecimento no blog Cidadania (http://edu.guim.blog.uol.com.br/) do Eduardo Guimarães, que o MSM-Movimento dos Sem Mídia está convocando uma manifestação para o próximo dia sete (7) de março, um sábado, às 10.00h, em frente à sede do jornal Folha de São Paulo, para protestar contra o editorial daquele jornal que defendeu a ditadura, considerando-a "ditabranda". Fato esse que está tendo uma grande repercussão nos meios de esquerda.

Ao que tudo indica, a referida manifestação está tendo boa acolhida na mídia alternativa, grupos de esquerda e vários sites como o Carta Maior (artigo do Gilson Caroni), “Vermelho” (com chamada e post específico) e o “Vi o mundo” do Luiz Carlos Azenha estão apoiando. O blog "Crônicas e Críticas da América Latina" (http:pedroayres.blogspot.com) publicou um post sobre a questão, intitulado "O Brasil volta a dizer "abaixo a ditadura". Os dois blogs da Profª de História Conceição Oliveira, “Maria Frô” e “História em Projetos” também estão divulgando e apoiando a manifestação que foi proposta pelo MSM há poucos dias.

Portanto, trata-se de uma manifestação que pode vir a se tornar um marco para a séria rediscussão sobre a ditadura, a tortura, os assassinatos, desaparecimentos e a possível punição para os culpados desses crimes. No blog "Crônicas e Críticas da América Latina" já mencionado acima, tem sido feito o acompanhamento do que se passa na Argentina, Uruguai e Chile no que diz respeito a esse tema. (...)

Escrevo apenas em meu próprio nome, como cidadã comum que também foi vítima de perseguições políticas na ditadura e que tomou conhecimento, com horror, através de muitos amigos e companheiros de lutas das bárbaras práticas ditatoriais. 

Um grande abraço, Maria Lucia de Andrade Pinto (por e-mail)


Caso Battisti

Prezados amigos:
Repasso a nota firme e lúcida do Instituto dos Advogados do Brasil em apoio à decisão do governo brasileiro de conceder refúgio ao italiano Cesare Battisti. A moção, proposta pelo advogado Marcello Cerqueira, foi aprovada em reunião da diretoria no último dia 11 de fevereiro. Merece ser divulgada como contraponto a tanta confusão que tem sido disseminada sobre o caso pela mídia conservadora. Abraços.
Duarte Pereira (por e-mail)

Para o Instituto, "Ao tomar suas decisões, o País independente não agride decisões de outras Nações, mas afirma legitimamente sua soberania."

NOTA
A soberania brasileira é o primeiro dos fundamentos da Constituição da República (CF, art. 1º, I). É princípio político constitucional e conforma toda a Constituição e as leis. É a principal definição política e caracteriza o Estado do Direito Democrático como síntese de todas as demais normas constitucionais e infraconstitucionais.
Os princípios relativos à comunidade internacional dizem respeito, em primeiro lugar, à independência nacional, além da autodeterminação dos povos, da não intervenção, da igualdade entre os Estados, da defesa da paz e da solução pacífica dos conflitos.

O governo brasileiro é soberano e não está vinculado a qualquer decisão de Tribunais de outras Nações. Decide de acordo com a lei e ao fazer prevalecer as decisões assim emanadas obedece ao princípio constitucional sensível da nossa soberania.

Ao tomar suas decisões, o País independente não agride decisões de outras Nações, mas afirma legitimamente sua soberania. É nesse contexto – e não em outro – que deve ser enfrentado o refúgio concedido pelo governo ao estrangeiro Cesare Battisti.

Já o Supremo Tribunal Federal em caso semelhante (extradição de Medina) decidiu pela constitucionalidade e legalidade da lei de refúgio e asilo e não haverá de curvar-se a pressões que, de dentro e de fora do país, querem derrogar o princípio da soberania brasileira.

Fiel à sua centenária tradição, o Instituto dos Advogados Brasileiros apóia firmemente a decisão soberana do governo brasileiro, constitucional e legalmente adotada.

Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 2009.
Moção de autoria do Ex-Presidente do IAB,
Dr. Marcello Cerqueira, aprovada em Reunião de Diretoria
do dia 11/02/2009, "ad referendum" do Plenário


Muito bem!
Eu concordo com você sobre Battisti. Hoje há uma manifestação na frente da embaixada brasileira, aqui em ROMA, para dar a solidariedade ao Brasil e a Tarso Genro.

Luca Baiada (por e-mail)


Os Tortura Nunca Mais do Brasil

Boa tarde,
Antes de mais nada, queria poder parabenizá-los pelo excelente trabalho que vocês vêm desenvolvendo. É de encher qualquer brasileiro de orgulho saber que nem todos nesse país abaixam a cabeça para as impunidades, torturas e repressão sejam elas quais forem . Estou enviando essa mensagem para poder solicitar a vocês do "Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro" mais material sobre a história de vocês, fotos, relatos, todos os materiais possíveis. Sem querer ser exigente, queria também material de informação sobre o “Tortura Nunca Mais” de MG, pois é onde eu moro. Estou lhes solicitando esse material porque sou estudante de História e estou desenvolvendo um trabalho sobre o movimento “Tortura Nunca Mais”, sua história, sua atuação em todo o Brasil e, mais especificamente, sobre sua construção e atuação em Minas Gerais.

Por favor, me respondam o mais breve possível e na medida do possível me enviem os materiais que vocês tiverem disponíveis. Desde já um muito obrigado pela atenção e continuem sempre na luta, pois o nosso país ainda precisa e muito de pessoas como vocês.

Webert Douglas (por e-mail)


Debate sobre Anistia

Para o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ,
Assisti comovido à participação de Elizabeth Silveira no debate sobre a anistia e quero parabenizá-la pela sua atuação. Aquele advogado, sr. Antônio, pela sua posição reacionária e fascista nunca deve ter tido um parente, filho, irmão, esposa, pai, mãe etc., torturado pelos facínoras fardados de 1965. Eu sei o quanto essa dor pesa, pois tive um tio em Goiânia-GO, que foi preso em Juiz de Fora, em 1968. Parabéns.

Laurimar Gomes da Silva – professor de História em Brasília (por e-mail)


Tirando o capuz

Transcrevo:
O GLOBO, domingo, 08 de março de 2009 / ANCELMO GOIS

Confundido com outro militante esquerdista que tinha roubado armas num quartel em Recife, o jornalista Álvaro Caldas, autor do livro “Tirando o capuz”, foi, em 1973, sequestrado por militares no Rio.
Encapuzado, foi levado de avião da FAB para local ignorado. Os militares diziam que era o Sul. Mas Álvaro achou que era o Nordeste, pelo sotaque dos algozes, e, precisamente, Pernambuco, pelo som de uma rádio.
Passados 36 anos, no carnaval, encorajou-se e foi a Recife:
“Com a ajuda de amigos, visitei e reconheci o local, antiga sede do IV Exército, centro de torturas, onde era o Doi-Codi e hoje é o Hospital do Exército”.

 Romildo Maranhão do Valle (por e-mail)

Memória para uso diário

Companheiros,
Somos do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba e recebemos uma cópia do seu vídeo Memória para uso diário, quando do lançamento na UFPB. Estamos desenvolvendo um projeto de capacitação de professores em educação em direitos humanos, com apoio do MEC/SECAD, e temos exibido o seu vídeo para as turmas com grande repercussão no debate. Vamos distribuir gratuitamente um dvd com alguns vídeos para cada cursista, e nesse sentido vimos consultá-la se é possível uma autorização para que pudéssemos incluir o seu nessa gravação”.

Cordialmente, Lúcia Guerra Pró-Reitora de Extensão
e Nazaré Zenaide Coordenadora do Projeto REDHBRASIL
(por e-mail)