NOSSA AMÉRICA LATINA México

Massacre de Tlatelolco
1968 “Contra la pase de hijos de la chingada ahorita vamos a dar su revolutión”

O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ vem a público relembrar o Massacre de Tlatelolco no México, em 02 de outubro de 1968, que matou estudantes – 300 segundo dados da época – em uma manifestação que exigia Democracia, Justiça e Liberdade. Isso ocorreu poucos dias antes da inauguração dos Jogos Olímpicos. Era necessário que tal acontecimento não fosse divulgado na época, pois o mundo veria esses protestos e sua violenta repressão pelas forças do governo.

A Anistia Internacional, 30 anos após, em 1998, organizou uma Comissão Legislativa que não obteve resultados concretos ao pedir ao governo conservador de Felipe Calderón que investigasse a verdade sobre o massacre ocorrido na cidade do México, visto que tal atrocidade continua impune.

Testemunhas do massacre descreveram que um grupo de franco atiradores do Exército com trajes civis abriram fogo, indiscriminadamente, sobre a multidão.

Os cinco presidentes que sucederam a Diaz Ordaz mantiveram silêncio total como se nada tivesse acontecido. Foi na realidade uma sangrenta repressão perpetrada pelo Estado mexicano. Durante 50 anos o PRI – Partido Revolucionário Institucional – (que ironia!) dominou o México. E hoje, mesmo com outro partido no poder, a estrutura vertical e autoritária continua imperando no México.
(Jornal La Gaceta Cielo de 02/10/2008)

Ativistas de Oaxaca detidos sob acusação de
terem assassinado Brad Will

A Polícia federal mexicana prendeu cinco ativistas de Oaxaca em abril passado. Pelo menos dois foram detidos por suposto envolvimento no assassinato do jornalista estadunidense da rede Indymedia Brad Will, em 27 de outubro de 2006, prêmio Medalha Chico Mendes em 2008.

Brad Will foi assassinado enquanto registrava a insurreição popular de Oaxaca. Múltiplas testemunhas dizem que foi assassinado por paramilitares.

O governo alega que Will foi atingido a queima roupa, implicando, portanto, que o assassino fosse algum dos ativistas do Conselho Indígena Popular de Oaxaca–APPO. O governo declarou que a autópsia encontrou queimaduras e pólvora no corpo de Brad. O médico examinador que realizou a autópsia contradiz esta afirmação, dizendo que ele não encontrou pólvora e nem queimaduras no corpo de Will.
A polícia prendeu Octávio Perez para disfarçar o crime. Perez participou em 2006 da insurreição em Oaxaca.

Ativistas e membros do APPO disseram que o governo está culpando os ativistas pelo assassinato de Brad, a fim de encobrir o seu próprio envolvimento no crime. Isso significa que essas detenções são parte de uma ampla repressão exercida sobre as pessoas e organizações que participaram da insurreição de 2006 e que continuam a se organizar em Oaxaca.

As cinco detenções efetuadas geraram tensões e medo em Oaxaca; sabem que a repressão vai continuar com mais prisões.

Justiça para nossa companheira Marcella Sali Grace!

A população de Oaxaca denuncia que, em 20 de setembro último, a companheira e militante Sali foi estuprada e assassinada brutalmente a 20 minutos de San José del Pacífico e, até o momento, a Procuradoria de Oaxaca nada fez apesar de existirem testemunhas que forneceram indícios para identificar os responsáveis. Por isso mesmo, não é descartado que os mentores do crime sejam os mesmos que ordenaram a repressão contra o povo de Oaxaca que luta por justiça e liberdade.

Com base nas recentes notícias que estão circulando em nível nacional e internacional de que "os appistas mataram o jornalista norte-americano Bradley Roland Will" e como não existe justiça em Oaxaca, nos preocupa a distorção da informação que poderia interferir na busca de uma verdadeira justiça para a companheira Sali.
Ante estes lamentáveis fatos exigimos: a agilização imediata das investigações e o esclarecimento imediato dos fatos com sua publicização e responsabilização.
Maiores informações pelo e-mail: rebeldiasentrelazadasNOSPAM@NOSPAMyahoo.com

 

NOSSA AMÉRICA LATINA - Chile

Reveladas identidades de torturadores brasileiros

Uma centena de militares brasileiros viajaram ao Chile nos dias seguintes ao golpe militar de 11 de setembro de 1973 para interrogar os prisioneiros dessa nacionalidade que estavam detidos no Estádio Nacional. O grupo era comandado pelo Tenente-coronel Cyro Etchegoyen, um especialista em contra-inteligência. Em Santiago, estavam operando os oficiais Walter Mesquita de Siqueira e Décio Barbosa, do Centro de Inteligência do Exército (CIE), e os sargentos Deoclécio Paulo e José Mileski, pertencentes ao Destacamento de Operações e Informações (DOI) do Rio de Janeiro.

Estes antecedentes, até agora desconhecidos, são revelados pelo historiador brasileiro Luiz Alberto Moniz Bandeira, em seu livro “Fórmula para o caos” que narra a queda de Salvador Allende (1970-1973) e traz uma cuidadosa investigação que aprofunda a intromissão do governo dos Estados Unidos na América do Sul.

Moniz Bandeira conta em seu livro que, no dia 12 de setembro de 1973 – dia seguinte ao golpe - o general Augusto Pinochet enviou uma caravana de carros de combate para convidar o coronel Walter Mesquita de Siqueira, agregado militar na embaixada brasileira em Santiago, para conversar com ele. Pinochet afirmava que gostaria que o Brasil fosse o primeiro país a reconhecer a Junta Militar recém empossada. Em conseqüência, o embaixador Antônio Cândido da Câmara Canto, ardoroso partidário do golpe militar no Chile, solicitou ao Itamaraty, uma autorização urgente para reconhecer o regime militar do Chile.

Câmara Canto foi recebido pela Junta Militar e pelo Almirante Ismael Huerta, que estava à frente do Ministério das Relações Exteriores. “Fui recebido com demonstrações de grande satisfação e afeto, que aumentaram ao tomarem conhecimento de minha missão”, relatou o embaixador em telegrama ao Itamaraty, acrescentando que a Junta Militar agradeceria se o reconhecimento fosse “feito de imediato”.
(Retirado da matéria de Manuel Salazar Salvo, publicada na Revista Punto Final).