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Medalha Chico Mendes |

 
- 2 de agosto de 2013

Ernesto Che Guevara

Há trinta anos, em um dia de outubro, a imprensa brasileira noticiava: “o comando das Forças Armadas bolivianas anunciou, ontem, oficialmente, a identificação pelas impressões digitais do cadáver de Ernesto “Che” Guevara entre os 7 guerrilheiros mortos em uma batalha domingo último contra forças governamentais, próximo de Vallegrande”. Dentre os jornais americanos, o mais eufórico comunicava que o “Che” não havia deixado o poder em Cuba para entrar na clandestinidade, mas para entra r7 palmos debaixo da terra. Por que “Che” Guevara ameaçava o imperialismo? Que poderes tinham o homem e o mita para desconcertar as engrenagens da maior potência militar do mundo e fazê-la reorientar seus vastos recursos na direção da guerra contra o povo? Que força ou magia empolgava, a ponto de inquietar também o mandarinato comunista, tanto nos frios gabinetes moscovitas quanto nas distantes cidadelas maoístas?

Morto, o “Che” passou a terrorizá-los ainda mais.

Quando Fidel Castro, no início de 1967, nas comemorações do 8º aniversário da revolução cubana, depois de exaltar nomes de chefes da guerrilha da Guatemala, Colômbia e da Venezuela, manda “uma mensagem especial e calorosa que vem do mais profundo de nós mesmo, desta ternura nascida no calor de nossas lutas, em qualquer que seja o lugar do mundo onde se encontre, ao comandante “Che” Guevara e a seus companheiros”, Fidel não estava mentindo. Estava o “Che” na Bolívia, entre floresta e montanha, organizando a luta de morte contra o imperialismo. Che criava outros vietnames e sabia que estava em jogo a vitória ou a morte. Guevara foi um homem de fé, como poucos revolucionários. Acreditava no homem, na força e na vontade humana, no povo. Para ele, a causa de Washington é uma causa perdida, por mais tecnologia e dinheiro que engendrem para subjugar os povos. À época, Ho Chi Min e o povo vietnamita comprovavam suas esperanças.

“Che” encarnou o otimismo revolucionário, o anti-burocrata, o desbravador do caminho próprio.

O revolucionário vive de olhos postos na história, e para ele a história é campo para a ação. No auge de suas forças ou combalido pela asma que lhe esfrangalhava os pulmões, no comando de exércitos vencedores ou no posto de ministro, nas terras sofridas das Américas ou no continente negro, nas circunstâncias mais diversas, o herói boliviano mostrou ao mundo que o homem novo se faz através da ação revolucionária.

No mundo pós-Guevara, o imperialismo anda capenga, tem pernas bambas, recorre à retórica liberal e despacha vendedores mundo afora para corromper políticos e fundar a religião do consumo. Os donos do império sabem que outros Guevaras virão e sabem que o “Che” morto mantém ardente no coração dos povos a paixão pela liberdade.

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