Cosme Alves Neto nasceu em 15 de janeiro de 1937, no Rio de Janeiro. Faleceu em 1996, no Rio de Janeiro, aos 59 anos de idade. Formou-se em Comunicação Social na PUC e em Filosofia na UERJ. Exercia a profissão de pesquisador e produtor de cinema.
No início da década de 1960, foi diretor do Grupo de Estudos Cinematográficos da União Metropolitana de Estudantes e em agosto de 1964, assumiu a direção da Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), transformando o local em um ponto de resistência política durante a ditadura militar de 1964-1985. Também foi programador do Cinema Paissandu.
Cosme foi uma das mais importantes personalidades do cinema brasileiro e da cultura nacional, por sua atuação na descoberta e na recuperação e conservação de filmes brasileiros de todas as épocas, pela influência na produção de filmes de longa-metragem, curta-metragem e de documentários; pelo papel de liderança e coordenação que exerceu em movimentos destinados ao fortalecimento do cinema do País; pelo intercâmbio que, com sua ação fecunda, promoveu entre o cinema brasileiro e as cinematografias de vários continentes; pelo otimismo com que sempre defendeu as suas convicções firmes no campo cultural e no campo político. (Cosme foi um dos responsáveis por trazer à luz da contemporaneidade a existência do pioneiro Silvino Santos). E, por tudo isso, foi preso e torturado durante o período da ditadura.
Grande cinéfilo e conhecedor do cinema brasileiro e latino-americano, Cosme era considerado como o embaixador das cinematografias da América do Sul. Foi curador, por 40 anos, da Cinemateca do MAM-RJ. Foi programador do Cine Paissandu quando este, através de exibição de filmes marginalizados pelos circuitos tradicionais, familiarizou milhares de jovens com o cinema europeu, sobretudo a Nouvelle Vague francesa, cinema japonês, sueco, italiano, tcheco, polonês, russo e latino-americano.
Disseminou pelo Brasil o movimento cineclubista, e que, graças a isso, pôde formar-se no País uma geração de cineastas que fecundariam o cinema brasileiro com as ideias de um novo cinema – Cinema Novo, o Cinema Novo do Brasil, como passou a ser conhecido no exterior.
Em 2006, pelo transcurso dos dez anos de seu falecimento, foi homenageado em vários festivais de cinema no Brasil e no exterior.