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- 24 de junho de 2013

Aluísio Palhano Pedreira Ferreira

Militante da VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR).

Nasceu a 05 de setembro de 1922, em Pirajuí/SP, filho de Henrique Palhano Pedreira Ferreira e Henise Palhano Pedreira Ferreira. Desaparecido aos 49 anos de idade.

Trechos de um texto escrito por Branca Eloysa, sua cunhada:

“Em 1929, Aluisio e seu irmão Honésio, com 7 e 8 anos respectivamente, foram internados no Colégio Mackenzie, em São Paulo. Três meses depois, Aluísio apareceu sozinho em Pirajuí, a 350 km de São Paulo. Não havia se conformado com o regime do internato. Em 1932, com a morte de seu pai, a família mudou-se para Niterói. Mais uma vez foi internado, desta vez no Colégio Salesiano em Santa Rosa. Uma vez mais Aluísio se rebelou contra o internato.

Terminou o curso secundário no Colégio Plínio Leite e trabalhou como bilheteiro no Cine Royal, em Niterói.

Aos 21 anos ingressou no Banco do Brasil onde trabalhou até ser cassado pelo AI-1 em 1964. Formou-se advogado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense. Por duas vezes foi presidente do Sindicato dos Bancários. Em 1947, casou-se com Leda Pimenta e tiveram dois filhos Márcia e Honésio.

Em 1963 foi eleito presidente da CONTEC(Confederação dos Trabalhadores dos Estabelecimentos de Crédito) e vice-presidente da antiga CGT.

Com o golpe de 1964, Aluísio teve seus direitos políticos cassados e passou a ser literalmente caçado pelos órgãos de repressão. Em fins de maio de 1964 asilou-se na Embaixada do México, indo posteriormente para Cuba.

Em 1969, representou o Brasil na OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade), em Havana, Cuba. Em 1970, regressou clandestino ao Brasil. Manteve contato com familiares por ocasião do casamento de sua filha. Em 24 de abril desse mesmo ano ainda fez contato com a família. Depois desse dia, o silêncio.

Em 1976 correram os primeiros boatos de sua morte, confirmados em 1978 através de carta de Altino Dantas Jr., seu companheiro de prisão, encaminhada ao Ministro do Superior Tribunal Militar, General Rodrigo Otavio Jordão Ramos, denunciando o assassinato de Aluísio Palhano, nas dependências do DOI-CODI da Rua Tutóia, em S.Paulo na madrugada de 21 de maio de 1971. Segundo esse relato, Aluísio esteve prisioneiro durante 11 dias, sofrendo as piores torturas.

A Anistia Internacional confirmou esse depoimento. ”

O preso político Nelson Rodrigues Filho também denunciou que esteve no DOI-CODI/RJ com Aluísio Palhano.

Apesar de todos estes testemunhos, os órgãos de segurança não reconheceram, até hoje, a prisão e a morte de Aluísio.

Foi preso no dia 9 de maio de 1971 e assassinado pelo torturador Dirceu Gravina no dia 21 de maio de 1971.

Inês Etienne Romeu, em seu Relatório, afirmou que Aluísio foi levado para a “Casa da Morte”, em Petrópolis, em 13 de maio de 1971. Informou que quem o viu pessoalmente naquele aparelho clandestino da repressão foi Mariano Joaquim da Silva, também desaparecido desde aquela época, que presenciou sua chegada, narrando o seu estado físico deplorável. Inês ouviu a voz de Aluísio várias vezes, quando interrogado na “Casa da Morte”.

Os relatórios dos Ministérios da Marinha, Exército e Aeronaútica não fazem refrências à sua morte.

O nome de Aluisio Palhano foi encontrado, em 1991, no arquivo do DOPS/PR numa gaveta com a identificação “falecidos”.

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